Ato no HU pede rejeição do PL 522 na Assembleia Legislativa
07 de dezembro 2022
Com a participação de cerca de 200 pessoas, entre profissionais da saúde, estudantes, lideranças sindicais e populares, manifestação realizada em frente ao HU (Hospital Universitário) na terça-feira (6/12) pediu aos deputados estaduais do Paraná que rejeitem o PL (Projeto de Lei) 522/2022, de autoria do governador Ratinho Jr. (PSD), que privatiza a gestão dos Hospitais Universitários do Estado.
A matéria deve ser votada na sessão desta quarta-feira (7) na Assembleia Legislativa, onde já foram aprovados outros pontos do “pacote de maldades” lançado pelo governador logo após ser reeleito para o cargo. Um desses PLs é o que reduz a participação do Estado no capital acionário da Copel (Companhia Paranaense de Energia).
Para Rita de Cássia Domansky, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Londrina, a principal preocupação com essa medida do governador é a desassistência da população. De acordo com ela, o HU tem o maior número de leitos disponibilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Paraná e atende 97 munícipios na região, contemplando aproximadamente 3 milhões de pessoas, mas com a terceirização da gestão pode passar a ter os mesmos problemas que outras instituições hospitalares estaduais da cidade submetidas a esse processo. “Nós, do Conselho, temos preocupação com o que temos visto historicamente, na terceirização dos hospitais da rede própria da SESA (Secretaria de Estado da Saúde), que houve prejuízo na assistência à população e isso reflete, inclusive, hoje no HU. Desde o ano passado, os dois [hospitais] pequenos, secundários nossos são terceirizados e recebemos várias queixas de usuários sobre não atendimento, falta de medicação, insumos para trabalho. O HU acaba atendendo o que eles não estão dando conta. Se terceirizar, nós não vamos conseguir fazer este apoio para a população, ela ficará desassistida, porque, atualmente, o HU resolve praticamente 100% das demandas de alta complexidade. Nós temos hospitais filantrópicos conveniados, mas eles não atendem toda demanda, o HU é que absorve”, conta.
Rita de Cássia também criticou a proposta de criação de um conselho com a finalidade de estabelecer as diretrizes de integração, avaliação e controle da relação entre a Secretaria de Estado da Saúde e os hospitais universitários. Para a enfermeira, a principal dificuldade é a exclusão de profissionais e segmentos da sociedade que atuam e fazem uso dos serviços de Saúde.
A justificativa do governo Ratinho Jr. para impor essa mudança na autonomia das instituições é ter maior controle sobre os gastos. Na verdade, porém, a intenção é cortar recursos hoje destinados à saúde pública e ao ensino nas Universidades para outras áreas onde o interesse privado é maior.
Fonte: Portal Verdade