Banco apresenta dados insuficientes para análise do Saúde Caixa
02 de maio 2024
A Caixa Econômica
Federal não apresentou as informações solicitadas pelos representantes dos
empregados no GT (Grupo de Trabalho) Saúde Caixa para a análise e discussão de
soluções para os problemas apontados pelos usuários do plano de saúde das
empregadas e empregados. A maioria das informações apresentadas pelos
representantes da Caixa já haviam sido divulgadas, e estão disponíveis a todos
os usuários no Relatório de Administração do Saúde
Caixa, divulgado no site da Central de Atendimento do plano.
“A Caixa não atendeu as demandas que já havíamos apresentado durante as
negociações, e que haviam sido reforçadas nos ofícios que mandamos para o
banco em janeiro e
agora, na semana passada.
Além disso, as informações que nos trouxeram não nos permite avançar nas
soluções necessárias”, disse a coordenadora da CEE (Comissão Executiva dos
Empregados) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, a Fabi.
Melhoria na rede
Ainda não há
resposta sobre a implementação das Gerências e Representações Regionais de
Pessoas (Gipes e Repes, respectivamente), assim como dos comitês regionais de
credenciamento e descredenciamentos, que podem contribuir com a melhoria do atendimento
aos usuários e da rede credenciada, assim como com o aumento das especialidades
médicas credenciadas ao plano em localidades mais remotas do país.
Segundo a Caixa, o andamento do processo está aguardando a análise de espaços
para locação e composição de equipes. Mas o banco não soube responder quantas
Gipes serão e tampouco em quais localidades elas serão instaladas. “É estranho
o banco dizer que está em processo de análise de espaços e criação de equipes,
mas não saber dizer quantas Gipes serão e as localidades das mesmas. Se está em
análise, teriam que saber dizer, pelo menos, quantas serão”, criticou a
coordenadora da CEE.
“Precisamos recriar as Gipes, as Repes e os Comitês de Credenciamento e Descredenciamento
o quanto antes, para ajudar na solução de problemas da rede credenciada,
evitando descredenciamentos devido burocracias, melhorando a rede credenciada,
a saúde dos trabalhadores e, de quebra, fortalecendo o Saúde Caixa”, completou.
Valorização do GT
Também foi cobrado
que o banco aja com maior responsabilidade com o GT e o trate como espaço de
debate para solução dos problemas do plano. “Este espaço é muito importante
para nós, empregadas e empregados. Existem problemas que afetam o tratamento da
nossa saúde e outros que podem prejudicar a manutenção do Saúde Caixa. Não
basta o banco vir aqui, repassar as informações e não se dispor ao debate dos
problemas e propostas de solução, que é a finalidade da existência do GT”,
disse.
Para a representação dos trabalhadores, a impressão é que o banco realizou a
reunião apenas para cumprir uma formalidade após a cobrança da representação
das empregadas e empregados. “Não querem debater sobre propostas de solução.
Parece que não há vontade de resolver o que é preciso ser resolvido”, criticou.
Dados insuficientes e inconsistentes
Além do Relatório
de Administração do Saúde Caixa 2023, que já é público, o banco trouxe poucas
informações referentes ao primeiro trimestre do ano. Segundo o banco, no
fechamento do trimestre o Saúde Caixa possuía 280.583 usuários, com idade média
de 44,07 anos. Após 197 credenciamentos e 102 descredenciamentos, a rede
credenciada possuía, ao final de março, 19.340 prestadores de serviço e, no
período foram realizados 1.004.659 atendimentos, com 16.763.111 procedimentos
custeados.
Somadas as receitas (R$ 842,3 milhões) e despesas (R$ 916,6 milhões), o Saúde
Caixa apresentou um déficit de R$ 74,3 milhões, com uma reserva técnica de R$
104,4 milhões.
“Segundo os representantes da Caixa, o aumento nas despesas, que foi 24% no
primeiro trimestre do ano passado, está relacionado em sua maior parte ao
aumento na utilização, que estaria relacionado ao crescimento de casos de
dengue. No entanto, as informações apresentadas na reunião não são suficientes
para confirmar a hipótese. Reforçamos a necessidade de que os dados
disponibilizados aos empregados possibilitem um acompanhamento efetivo do
plano”, disse o diretor de Saúde e Previdência da Fenae (Federação Nacional das
Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), Leonardo Quadros, que
também é presidente da Apcef-SP.
A representação dos empregados também apontou inconsistências no relatório
atuarial elaborado pela consultoria contratada pela Caixa, que não considerou
as contratações previstas pelo concurso público em andamento e os efeitos do
PDV, e cobrou sua revisão. Também cobrou a disponibilização dos dados
primários, para análise por consultoria contratada pela representação dos
empregados. A Caixa disse que deve revisar a projeção atuarial de 2024, e
informou que os dados primários foram repassados para conferência para sua
consultoria atuarial e que, em seguida, deverão ser disponibilizados para a
representação dos empregados.
Fonte: Contraf-CUT