COE entrega pauta específica de reivindicações ao Santander
12 de junho 2024
Foto: Luan Silva/SPBancários
A COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Santander, responsável pelas negociações do Acordo específico, entregou ao banco na segunda-feira (10/06), a pauta de reivindicações. A pauta foi aprovada durante o Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, que ocorreu no último dia 6, na capital paulista.
O encontro de hoje é o primeiro passo para o início das negociações do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) específico dos trabalhadores do banco – Aditivo à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da categoria bancária, com previsão de vigência para o próximo biênio.
“Estivemos, nesta manhã, na sede do Santander, em São Paulo, com a vice-presidente de RH, Germanuela de Almeida de Abreu, para entregar nossas reivindicações. O documento também foi recebido pela Superintendência de RH Sindicais do banco, representada por Marcelo Couto”, relatou a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz. “Nós iniciamos esta reunião com um pedido de calendário, para estabelecer as negociações a partir do próximo período”, acrescentou.
A representante dos trabalhadores e trabalhadoras do Santander, na mesa de negociação com o banco, ressaltou que a minuta é composta por três blocos: “o primeiro são das cláusulas vigentes do acordo atual, que tem duração até 31 de agosto de 2024; o segundo bloco são das cláusulas oriundas dos funcionários e funcionárias do banco Banespa; e o terceiro são de cláusulas novas, construídas para encaminharmos as discussões e também as negociações para a renovação da minuta deste ano”, completou Wanessa.
Pré-acordo para manter garantias
Junto com a minuta, os trabalhadores entregaram ao banco um pré-acordo de garantias, assinado por todas as Federações sindicais que compõem a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), e inclui Feeb-SP/MT e a Afubesp. “Na reunião, nós enfatizamos a importância deste termo, para garantir a manutenção de todos os direitos e conquistas do acordo vigente, tanto nas cláusulas sociais e econômicas quanto nas sindicais, até que possamos assinar um novo acordo", observou Wanessa.
PPRS
“Os representantes do banco destacaram que a empresa tem a expectativa de realizar uma alteração no Acordo vigente, no que diz respeito ao pagamento da PPRS, para que possa ser compensada da PLR, como é praticado por algumas outras instituições. Nós enfatizamos a importância da manutenção dessa conquista aos trabalhadores que construíram e constroem os resultados do banco. Além disso, o banco Santander tem inúmeros incentivos fiscais no pagamento dos seus tributos. Portanto, parte desse valor deveria ser revertido com a distribuição linear para todos os seus trabalhadores no Brasil”, completou a representante da COE.
senções
Wanessa destacou ainda que os trabalhadores irão priorizar, nesta Campanha, a cobrança ao banco para que isente totalmente as tarifas cobradas dos empregados. "O Santander é o único banco do país que cobra tarifa de seus funcionários. E deveria, também, assim como os demais, isentar as tarifas e reduzir juros cobrados dos funcionários".
edução de jornada, PcDs e neurodivergentes
Os trabalhadores também pedem, na minuta, a redução de jornada para quatro dias. "Essa redução já está sendo implementada em diversas empresas da Europa", salientou a coordenadora da COE.
O documento possui ainda medidas de inclusão de direitos aos pais e funcionários PcDs (pessoas com deficiência) e neurodivergentes. "Há uma demanda muito grande, atualmente, no banco sobre esses temas. Houve um aumento de 300% de solicitações de ajudas sociais para custear a co-partipação que é cobrada pelos planos de saúde e isso tem impacto no orçamento dos funcionários, porque há uma necessidade contínua em terapias para a manutenção de tratamentos a esses grupos", explicou Wanessa.
Termos de compromisso: Cabesp e Banesprev
Anexa à minuta, existem dois termos de compromisso, um da Cabesp e outro do Banesprev. "Estamos falando de importantes direitos garantidos e negociados pelo movimento sindical, desde a privatização do Banespa. É fundamental que o banco continue com as suas responsabilidades econômica e social para com todos os funcionários, da ativa e os aposentados. É fundamental o banco avançar para uma negociação construtiva e que valorize todos os empregados no Brasil, na questão da previdência bem como nos planos de saúde", ressaltou Wanessa.
obilização de todas e todos é fundamental
“O que recebemos do banco, a partir da fala da Germanuela, é que façamos uma negociação construtiva, que possamos nos ouvir e ter respeito durante todo o processo”, avaliou Wanessa. “Do nosso lado, é importante a participação e mobilização de todos e todas, para que consigamos avançar nas negociações. É dessa forma, com a mobilização e unidade do movimento sindical e os funcionários, que iremos conseguir uma negociação forte e muito representativa, nacionalmente, para que a gente possa atuar na manutenção de direitos e avançar em cláusulas novas”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT