Comitê debate crise no Rio Grande do Sul
09 de maio 2024
O estado do Rio
Grande do Sul enfrenta uma situação de calamidade pública devido às fortes
chuvas dos últimos dias. Para tratar dessa emergência, o comitê de crise
formado por representantes sindicais da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro), da Fetrafi-RS (Federação dos Trabalhadores
do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul) e do Sindicato dos Bancários de Porto
Alegre (SindBancários/PoA), juntamente com membros da Fenaban (Federação
Nacional dos Bancos), realizou sua segunda reunião nesta quinta-feira (9/05),
em formato digital.
Segundo dados apresentados pela Fenaban, sete dos principais bancos atuantes no
estado, Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa, Itaú, Safra e Santander,
estão com quase 400 agências fechadas. Esta situação, no entanto, não tende a
melhorar tão cedo, pois os motivos para os fechamentos têm variado, passando de
alagamentos a problemas de comunicação, por exemplo. Como consequência, a
demanda por agências abertas tem aumentado devido às dúvidas da população, como
questões relacionadas a seguros. Além disso, muitas agências em funcionamento
estão enfrentando problemas de falta de numerário.
Os representantes dos bancos informaram ainda que será analisado
individualmente cada caso dos 35 mil trabalhadores bancários no estado, com a
possibilidade de contingenciamento e abono, levando em consideração as
particularidades de cada um.
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, enfatizou a necessidade de
estabelecer regras mais claras para o atendimento individualizado, a fim de
evitar subjetividades e dependências dos gestores. Ele também solicitou a
criação de um canal de atendimento 24 horas para resolver rapidamente os
problemas emergenciais, destacando: “Precisamos de um canal ágil para resolver
os problemas. E quando as soluções vêm de cima, é mais eficiente”.
Salles também destacou a importância de considerar as dificuldades enfrentadas
pelas pessoas que não conseguem comparecer ao trabalho devido às condições
adversas, sugerindo a revisão das regras para essas situações, como o caso
daqueles que buscaram abrigo em outras cidades. Além disso, ele reiterou a
posição de que não é o momento apropriado para cobrar metas aos bancários,
ressaltando que “não é momento de ligar para oferecer produtos aos clientes”.
Para o presidente
do SindBancários, Luciano Fetzner, a situação tende a se prolongar e até mesmo
agravar-se, com a previsão de fortes chuvas entre sexta e segunda-feira.
Fetzner propôs uma série de medidas emergenciais, incluindo auxílio moradia,
vale alimentação, adiantamento do 13º salário, adiantamento de cesta básica e
férias, sob pedido. Ele destacou a importância de uma comunicação unificada
entre as instituições bancárias via Fenaban para a concessão desses benefícios
emergenciais, bem como a necessidade de oficialização de regras na CCT (Convenção
Coletiva de Trabalho) para casos de calamidade pública. Ele também pediu a
extensão desses benefícios de forma isonômica a todos os dirigentes sindicais
afetados pela tragédia.
Por sua vez, a dirigente da Fetrafi-RS, Priscila Aguirres, ressaltou as
dificuldades decorrentes da falta de parâmetros mínimos nas negociações
individuais, o que dificulta o trabalho de fiscalização pelo movimento
sindical. “Nós queremos medidas para tranquilizar os colegas e para que
possamos garantir o cumprimento das medidas.”
Já o diretor de Comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, enfatizou a
importância de estabelecer regras claras e um espaço de diálogo permanente para
garantir que as decisões sejam tomadas de forma transparente e equitativa pelos
gestores locais.
“Neste momento de crise, a solidariedade e a cooperação entre todas as partes
envolvidas são fundamentais para enfrentar os desafios decorrentes das fortes
chuvas no Rio Grande do Sul. O comitê de crise continuará monitorando a
situação e tomando as medidas necessárias para apoiar os trabalhadores
bancários e a população afetada”, garantiu Mauro Salles.
Uma nova reunião ficou agendada para a tarde da próxima segunda-feira (13).
Fonte: Contraf-CUT