CUT participa de debate sobre direitos LGBQTIA+ com embaixador da ONU

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16 de janeiro 2024

Jean-Marc Berto, embaixador pelos Direitos LGBTQIA+ da ONU - Foto: reprodução redes sociais

O embaixador pelos Direitos LGBTQIA+ da ONU (Organização das Nações Unidas), Jean-Marc Berthon, estará em São Paulo nesta terça-feira (16/01), para reunião com representantes do DNDH (Conselho Nacional de Direitos Humanos), do qual a CUT faz parte, para ouvir das entidades que defendem essa população um panorama da luta pela causa LGBTQIA+ no Brasil. De acordo com a presidente do CNDH, Marina Dermmam, uma das principais missões do embaixador é promover diálogos internacionais sobre a luta por direitos da comunidade LGBTQIA+. Em âmbito nacional, o CNDH é o órgão que cumpre o importante papel de promover debates e ações sobre os direitos humanos desta população, diz Marina, e, por isso, a liderança da ONU articulou o encontro. “O CNDH, além de reunir e articular a sociedade civil no Brasil para tratar do tema, também mantém diálogos e articulações com entes de outros países na busca por melhores caminhos e soluções para promover os direitos da população LGBQIA+”, complementa a presidente do Conselho. Ela afirma ainda que o encontro será realizado na CUT pois a conduta do órgão é de ouvir as entidades participantes do CNDH. “Quando há agendas dessa magnitude temos de abrir para as entidades participarem, porque o CNDH sabe da importância de ouvir os parceiros”. Sobre a CUT, ela ressalta que a Central foi e é parceira importante na construção do Conselho. “Está na mesa diretora, com a companheira Virginia Berriel e com outros conselheiros que são cutistas. Sabemos também da atuação da CUT na luta pelos direitos das pessoas LGBQTIA+”. No encontro, a Central será representada pelo secretário nacional de Economia Solidária, Admirson Medeiros, o Greg, que também integra o CNDH. No 14º Congresso Nacional da CUT, realizado em São Paulo, em outubro do ano passado, a Central criou uma secretaria específica para a população LGBQTIA+, a fim de reforçar a representação e a luta pela comunidade. Pauta do encontro Entre os temas a serem abordados no encontro, que será realizado às 16h30, com transmissão on-line, estão a realidade do segmento LGBTQIA+ no mercado de trabalho, a violência contra essa população e o apontamento de soluções como políticas públicas específicas. Tema de grande relevância, o combate à violência será destacado já que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. De acordo com o "Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras", da Antraz (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), mulheres trans e travestis têm até 38 vezes mais chances de serem assassinadas em relação às demais. No ano passado foram 130 assassinatos. No entanto, o problema não é exclusivo do Brasil, é do mundo, já que as forças conservadoras e extremistas também têm chegado ao poder em outros países, a exemplo do Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. “Por isso, a troca de experiências internacionais é importante”, pontua Marina Dermmam. “Por conta de Bolsonaro, políticas públicas voltadas a essa população foram destruídas em diversas áreas como saúde, educação, cultura e o próprio Conselho Nacional LGBTQIA+ foi extinto durante seu governo. E, por conta de tudo isso, tivemos o aumento da violência e das diversas violações de direitos dessa população, em especial das mais vulneráveis, ou seja, LGBQTIA+ pretas e pretos, pobres e pessoas trans', diz a presidenta do CNDH. Por André Accarini/CUT Nacional