Greve da Educação no PR começa com marcha gigante em Curitiba e atos em todo estado

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03 de junho 2024

Professores, professoras, funcionários e funcionárias das escolas da rede estadual do Paraná iniciaram nesta segunda-feira (3/06) uma greve por tempo indeterminado contra o Programa Parceiro da Escola, de autoria do governador Ratinho Jr. (PSD), que autoriza a privatização de quase todas as escolas da rede estadual de ensino.

O movimento foi deflagrado pela categoria em razão do envio do Projeto de Lei 345/2024, que institui o programa, para votação em regime de urgência na Assembleia Legislativa, e a ausência de resposta do governo e da Seed (Secretaria de Educação) a todos os pedidos de diálogo feitos pela APP Sindicato.

Durante a manhã desta segunda-feira (3), caravanas de todas as regiões do estado, capital e região metropolitana lotaram a Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba. Além dos educadores e educadoras, o ato contou com a presença de estudantes, movimentos sociais, além de lideranças políticas que, por volta das 10h, saíram em marcha rumo ao Centro Cívico. 

O contingente estimado em cerca de 20 mil pessoas lotou mais de cinco quadras da Avenida Marechal Deodoro. Durante o trajeto, gritaram palavras de ordem em defesa da Educação pública, criticaram o projeto do governador Ratinho Jr. e pediram a suspensão da votação da matéria na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná).

“Quero agradecer a todos e todas que estão aqui e aqueles e aquelas que estão espalhados por este estado inteiro em paralisação, em ato, na defesa da nossa escola. Não podemos permitir que o governador pegue o nosso dinheiro e dê para o empresário”, disse a presidenta da APP, Walkiria Mazeto.


Dirigentes do Sindicato de Londrina durante manifestam apoio à greve dos professores durante ato realizado no Núcleo Regional de Educação - Foto: Laurito Porto de Lira Filho

No interior, as informações recebidas pela direção estadual da APP é de que a mobilização não é só dos educadores e dos estudantes e tem recebido grande apoio da comunidade. A adesão atingiu praticamente todas as escolas, com protestos sendo realizados em frente às unidades de ensino e mobilizações em todas as regiões do estado.

A presidenta da APP também desmentiu uma declaração do secretário de educação, Roni Miranda, que alegou à imprensa que não teria sido procurado pelo Sindicato. Ela reiterou que todos os pedidos feitos pela instituição foram ignorados pelo governo. Falou ainda das outras reivindicações do movimento, como o pagamento da data-base e o fim da obrigatoriedade de uso de plataformas digitais.

“As nossas escolas são boas sim, porque nós estamos lá todo dia trabalhando. O que dá resultado é o nosso trabalho lá dentro da sala de aula. O que dá resultado é o trabalho dos funcionários que estão atendendo os nossos estudantes. Por isso as nossas escolas são boas e por isso ele selecionou as melhores para vender. Ele só pegou o filé, aquelas em que a gente está lá empenhado, precisando de mais dinheiro para melhorar. Essa o empresário não quer. Por isso essa greve continua, na defesa de uma escola pública de qualidade”, completou Walkiria.

Como a tramitação do projeto está em Regime de Urgência, a pedido do governador, não houve debate com a sociedade e a votação está prevista para ocorrer nesta segunda-feira. Após o ataque, com bombas, da Polícia Militar contra os manifestantes, a sessão da Alep foi suspensa.  

O movimento pede que o texto seja retirado de pauta e haja a abertura imediata de uma mesa de negociação.

Fonte: APP Sindicato