Integrante do MST em Londrina vence Prêmio Orgulho da Terra 2022

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01 de dezembro 2022

A agricultora Jovana Cestille, integrante do Assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) Eli Vive, localizado no Distrito de Lerroville, em Londrina, foi vencedora da categoria “Produção orgânica - agroecológica", do Prêmio Orgulho da Terra 2022, organizado pelo Grupo RIC, em parceria com o IDRPR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) e o Sistema Ocepar. A divulgação dos vencedores nas 16 categorias do Prêmio Orgulho Terra 2022 ocorreu em evento realizado na quarta-feira (30/11), em Curitiba. “Nós estamos colocando em prática os conceitos que o MST defende como modelo para o campo brasileiro, para produção de comida saudável, e não de commodities a base de agrotóxicos e de exploração. Por isso, para nós o maior prêmio será que a repercussão incentive outras famílias a trilharem o caminho da agroecologia", afirmou Jovana após receber o Prêmio. A agricultora do MST está no Assentamento Eli Vive desde 2011 e se dedica à produção de alimentos agroecológicos, sem a utilização de veneno. Os produtos são comercializados em feiras, como, por exemplo, o Feirão da Resistência e da Reforma Agrária, e parte é destinada para a merenda escolar por meio do PNAE (Programa de Alimentação Escolar), chegando a mais de 100 escolas de Londrina, numa parceria entre o Governo do Paraná e a Copacon (Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização). A indicação para o Prêmio Orgulho Terra 2022 foi feita pelos agrônomos do IDR, André Miguel e Cristina Celia Krawulsk, que acompanharam o trabalho de Jovana e de sua família no campo. Cristina também foi premiada durante o evento do Grupo RICPR.   [caption id="attachment_16494" align="aligncenter" width="750"] Alimentos produzidos por Jovana Cestille são comercializados em feiras e parte vai para a merenda escolar[/caption] A agrônoma Cristina Celia Krawulsk acompanhou o trabalho da agricultora Jovana Eli Vive é exemplo de produção de alimentos e geração de renda O trabalho da família de Jovana Cestille faz parte de um contexto de muita organização coletiva e luta pelo desenvolvimento da Reforma Agrária Popular. Criado em 2009, o assentamento Eli Vive é formado por 501 famílias e cerca de 3 mil moradores. É a maior área de Reforma Agrária em região metropolitana do Brasil, com 7.500 hectares. Desde o início da comunidade, as famílias do Assentamento Eli Vive produzem para o auto sustento e para a comercialização. Entre as linhas de produção se destacam: leite, hortaliças, café, panificação, frutíferas e grãos, principalmente milho. Parte dos lotes já conquistaram certificação de produção orgânica e agroecológica, projeto em crescimento na comunidade. A Copacon foi criada pelas famílias do Assentamento Eli Vive para otimizar a produção e a comercialização dos alimentos. Atualmente, cerca de 360 estão associadas à cooperativa, de 13 municípios diferentes. Além da renda gerada para os produtores (as), mais de 20 trabalhadores (as), todos assentados e filhos de assentados, são funcionários da Cooperativa. Na última safra, a cooperativa comercializou 15 mil sacas de milho, 10 mil de soja, 10 mil de feijão preto e carioquinha. Outras 15 toneladas de alimentos são entregues na Central de Abastecimento (Ceasa) toda semana, além da comercialização de 80 mil litros de leite por mês. Em julho deste ano foi inaugurada uma agroindústria de derivados de milho livre de transgênicos, com capacidade de beneficiamento de 24 toneladas por dia do alimento. A expectativa é produzir 1 milhão de toneladas de derivados de milho não transgênicos e agroecológicos por ano. A estrutura atual já garante a comercialização de fubá, farinha de milho biju, canjica amarela e canjiquinha xerém. Os resíduos do milho beneficiado serão transformados em ração para bovinos e suínos. Por Armando Duarte Jr, com informações e fotos de Ednúbia Ghisi/MST/PR